Na reunião do dia 20/04, Hugo Reis apresentou o filme Luz Silenciosa, de Carlos Reygadas (2007). Tal filme, junto com Japón (2002) e Batalha no Céu (2005), integra o objeto de sua pesquisa desenvolvida no mestrado, calcado nas contribuições da banda sonora para uma estética do plano longo no cinema de ficção contemporâneo. A discussão sugerida partiu da proposta “realista” de som direto do filme, tendo como referência entrevista realizada com o técnico de som direto do filme em questão, Raul Locatelli. O debate desdobrou-se em direção a espinheira de possibilidades do conceito de “realismo” no cinema, pensando, entre outras questões, o lugar do som direto e a importância dos chamados “materializing sound indices”, conceito de Michel Chion (1994); os efeitos do som ‘renderizado’ versus som ‘real’; e a noção de uma “ética do realismo” e de um “respeito ao real”, proposta pela autora Lucia Nagib (2011). Observou-se ainda algumas cenas específicas onde se evidenciam o aparato técnico e as estratégias de captação sonora e manipulação do som na pós-produção.
Gessoma 